TST Corta Acesso a Lisboa
Dias depois de apelar à compra de passes mensais, na quinta-feira, dia 9, a Transportes Sul do Tejo (TST) não só entra em “lay-off” como ainda suspende todas as ligações entre a Margem Sul e Lisboa e reduz consideravelmente a oferta em todas as restantes carreiras.
A transportadora, que opera em toda a península de Setúbal, suspendeu o contrato de 545 trabalhadores, cerca de metade do seu quadro de pessoal, que ficarão a receber “dois terços da retribuição mensal, no sentido – diz a empresa em comunicado – de assegurar a manutenção dos postos de trabalho.” No mesmo comunicado lê-se, à laia de justificação, que as alterações introduzidas se devem à “redução da procura”, motivada pela declaração de “estado de emergência devido à pandemia de Covid-19”, acrescentando a administração doa TST que espera “voltar ao serviço habitual em breve”, embora se saiba já que esse “breve” dificilmente será antes de dia 8 de Maio. Como “alternativa” à eliminação das ligações a Lisboa, quer pela Ponte 25 de Abril como pela Ponte Vasco da Gama, a transportadora sugere a utilização das carreiras que asseguram a ligação aos terminais fluviais da Transtejo e da Soflusa e aos comboios da Fertagus.
O que se mantém, nos poucos veículos em circulação, são as medidas de contenção da Covid-19, como a entrada pela porta traseira, a suspensão da venda de títulos a bordo e a manutenção de pelo menos um metro de distância em relação a outros passageiros.
Com três quartos do serviço habitual cancelado, a empresa admite o incómodo que a suspensão de carreiras, especialmente entre a Margem Sul e Lisboa, tem nos passageiros. Mas a administração argumenta que optou por “privilegiar o serviço que garante as ligações aos terminais fluviais e ferroviários”, sem explicar que esta drástica redução de oferta entra em choque com o contrato de concessão de um serviço que, sendo público, não está a servir o público. Tudo porque, como afirma Rita Lourenço porta-voz da Arriva, a empresa proprietária dos TST – à agência Lusa, a empresa enfrenta actualmente um “grave problema de tesouraria”, o qual, para aquela responsável, talvez possa ser resolvido com o lançamento de “linhas de crédito específicas para o sector dos transportes.”
Entretanto, segundo a Lusa, a Área Metropolitana de Lisboa (a entidade que gere o transporte público rodoviário na região da Grande Lisboa) indicou estar a “acompanhar o processo e a procurar, em equipa, chegar à melhor solução”, avançando vagamente que nos próximos dias “deverá haver novidades relativamente a todo este processo.”