Urgência de Obstetrícia Pode Fechar à Noite
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) manifestou, na passada quarta-feira, dia 8, a sua “preocupação com a possibilidade de a Urgência de Obstetrícia do Hospital Garcia da Orta (HGO), em Almada, encerrar durante a noite, por falta de médicos”, e pede que sejam tomadas medidas.
O comunicado do SIM expressa “profunda preocupação” por a Maternidade do hospital “estar em contingência nas próximas semanas” e, “em alguns dos próximos dias”, correr “o sério risco de encerrar durante a noite”, por falta de médicos, o que se torna ainda mais grave numa altura em que outras maternidades de Lisboa e Vale do Tejo “estão nos seus limites.” O sindicato acusa o conselho de administração do HGO de “inacção” e de ter como “única preocupação” criar “dificuldades ao trabalho do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, muito desfalcado e pressionado pelas centenas de milhares de pessoas a que tem de responder.”
Como exemplo aquela estrutura sindical afirma que as medidas tomadas após o estado de emergência foram feitas “sem o conhecimento ou a participação dos elementos do serviço, descredibilizando o seu papel” e, assim, “pondo muitas vezes em causa a segurança dos profissionais e dos utentes.” Para o SIM “está instalada a instabilidade” na Maternidade do HGO, a qual “se encontra em contingência desde há alguns dias, correndo sérios riscos de fechar o atendimento ao exterior”, exigindo a tomada de medidas “para evitar a destruição do serviço, tal como ocorreu com a pediatria, encerrada à noite, há um ano.”
Já em 4 de Junho, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) acusara o conselho de administração do Hospital Garcia de Orta de gestão autocrática, na sequência da demissão do director de Ginecologia e Obstetrícia, “por delito de opinião”, tendo então pedido a intervenção do Governo. O SMZS afirmava que a política do conselho de administração “prejudica o funcionamento do hospital”, além de pôr “em risco a qualidade da medicina praticada, o que impõe o seu imediato afastamento.”
Dias antes, em comunicado, o conselho de administração do hospital de Almada referia que “num acto de gestão interna, e na sequência de uma actuação institucionalmente incorrecta da exclusiva iniciativa do director do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia para com o conselho de administração, que o próprio tornou pública, teve de agir em conformidade, decidindo a cessação da sua comissão de serviço.”