Pobreza, uma consequência da crise do capitalismo
Pobreza é a condição de não dispor de meios ou de verba suficientes que permitam a satisfação das necessidades. Existem diferentes tipos de pobreza tais como pobreza absoluta, pobreza relativa e pobreza subjectiva. Pobreza absoluta, é quando se carece dos meios para satisfazer as necessidades básicas humanas e é o pior tipo de pobreza.
A pobreza que experimentamos hoje, é sistémica e está relacionada com a desigualdade na re-distribuição económica e com a deplecção das reservas naturais não renováveis, principais motores do capitalismo selvagem a que se junta a fraude financeira da banca, que pôs fim ao sonho keynesiano, evidenciando a incapacidade do capitalismo para satisfazer as necessidades da maioria da população.
Daí, advém um aumento exponencial de desemprego e do emprego precário, do assalto sistemático aos direitos dos trabalhadores e cortes nos salários e subsídios, aumento de impostos, cortes nas pensões e outras prestações sociais que têm por objectivo o empobrecimento das populações do sul europeu para níveis idênticos aos das populações dos países emergentes como a China a Índia e a América Latina, por forma a incrementar a competitividade tão cara ao capitalismo de mercado
Para acabar com a pobreza e o desemprego, seria seria necessário implementar políticas sociais de acordo com as necessidades da população bem como a transferência de riqueza da burguesia capitalista para as classes assalariadas e além disso seria preciso que as fontes de riqueza social que são o producto do labor de milhões de trabalhadores, fossem propriedade social. Só quando a espinha da economia fôr pública, ou seja as grandes empresas e a grande propriedade fundiária, é que teremos o controlo das fontes de criação de riqueza e será possível uma planificação de acordo com as necessidades sociais e uma restauração do meio ambiente. Como isto vai contra a política capitalista-selvagem, continuaremos a caminhar para um empobrecimento cada vez maior, porque não é possível democratizar a empresa capitalista.
É neste contexto e prevendo o agravamento da situação, devido à desastrosa política económica do governo, que surge a ideia das hortas comunitárias como forma de aliviar a necessidade de muitos, que neste momento já se encontram a passar fome, a avaliar pelo crescente número de pessoas que procuram ajuda alimentar no centro paroquial e de outros que recorrem a familiares e amigos, proporcionando a quem necessite e queira, um meio de produzir alguns alimentos, aliviando assim a total dependência da caridade institucional, implementando uma actividade e novos conhecimentos que serão uma mais-valia num futuro próximo e encorajando uma atitude pró-activa, colectiva e solidária que poderá servir de pivôt para novos empreendimentos deste tipo.