Reunião sobre Agrupamento das Escolas

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Pavilhão repleto…

A reunião que teve lugar no dia 23, pelas 19:00 horas, no ginásio junto à sede do Agrupamento Vertical da Costa da Caparica, contou com a assistência de várias centenas de pessoas, que esgotaram a lotação do recinto, preocupadas com as notícias que começaram a correr.

Na verdade, a maior parte das notícias eram falsas: As atuais escolas não irão fechar, as crianças continuarão nas mesmas escolas, tal como até aqui. A diferença é que passará a existir apenas uma direção do novo agrupamento, que inclui agora a Escola Secundária do Monte da Caparica.

A questão prende-se também com o necessariamente novo Projeto Educativo, derivado desta nova realidade institucional. Acresce, ainda, a relação que esta nova instituição terá com a comunidade que serve e o papel que irá desempenhar, reconhecendo a importância das instituições  educativas nesse domínio.

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Diretor do AVECC, Dr. João Fonseca

De realçar o apelo produzido pela direção para pôr fim aos ataques verbais que se têm verificado na Internet, recordando o respeito que merecem todos pelo seu trabalho e profissionalismo. Não há, de resto, qualquer questão dessa natureza em jogo, nem poderia haver porque, recorda-se, há muitos anos que os jovens da Costa continuam os seus estudos na Escola Secundária do Monte da Caparica. Não existe, nem existiu, nenhuma escola secundária na Costa da Caparica. Antigamente os alunos da Costa iam para Almada e, depois da construção da Escola no Monte, foi para aí que passarama ir para completarem os estudos secundários.

Parece-nos ser também muito importante discutir a forma como os serviços irão ficar distribuidos, nomeadamente, a imperiosa necessidade de existir, pelo menos, uma secretaria na Costa da Caparica, evitando a deslocação dos pais ao Monte. Porém, é também pertinente recordar, que é precisamente essa a situação presente, ou seja, os pais de alunos que estudam no ensino secundário, neste momento, têm que ir à Escola do Monte, pois é lá que os filhos estão matriculados. Existir aqui essa secretaria, seria um benefício. Se a direção do novo agrupamento tivesse sede na Costa, o benefício seria ainda melhor.

Finalmente, um aspeto muito, muito importante, é a garantia de manutenção do emprego para os atuais funcionários e docentes de todas as escolas envolvidas.

A posição da direção do Agrupamento Vertical de Escolas da Costa da Caparica é de recusa desta fusão e construção de instalações que permitam ter ensino secundário aqui na Costa, afinal, um desejo de longa data, mas que nunca foi realmente desenvolvido, nem constituíu uma aposta forte e clara, nem da Escola, nem das autarquias, nem da comunidade em geral. Agora, é correr contra o prejuízo. Porém, não deixa de ser um objetivo positivo que acolhe o mais amplo apoio local. Sempre acolheu, de resto.

No website do AVECC encontra-se um texto da responsabilidade da Presidente da Assembleia-geral da Associação de Pais da Escola Básica da Costa da Caparica, que pode ler clicando aqui.

Finalmente, correndo o risco da impopularidade, mas, julgamos nós, cumprindo o dever de colocar opiniões racionais à discussão, é preciso recordar que as escolas não crescem com a chuva, é necessário construí-las e, claro, pagá-las. Não só para se construir, como para as manter. E sabemos quem acaba por pagar tudo – não há outros – somos nós todos. Assim, numa época de contração do número de alunos e ainda mais de recursos financeiros, justifica-se essa despesa? A Costa da Caparica tem quantos alunos no Ensino Secundário? A Escola do Monte (que também pagamos, pagamos todas) teria viabilidade sem os atuais alunos da Costa? Defendemos também que os alunos do Monte venham para essa nova Escola Secundária? Para defender um projeto, há que enfrentar todos os números e fatos e basear neles as propostas de solução. É preciso ter essa razão da realidade atrás das propostas, pois é dessa forma que se constrói a sua força.

Curiosamente, nunca vimos desenvolvida a relação entre as escolas da Costa e as da Trafaria – outra possibilidade – pois defronta uma rivalidade bairrista antiga. Não estará o bairrismo a desempenhar aqui um papel pouco razoável e mesmo deturpador, quer contra o Monte, quer contra a Trafaria? O projeto de uma escola secundária na Costa da Caparica teria necessariamente repercussão na Trafaria – e vice versa. Não deveria partir daí? Criar consensos para uma proposta conjunta?

Uma reflexão nos ocorre desde logo: mais uma vez, por não termos nós tomado a iniciativa, esperando que as soluções venham dos tais “eles”, a situação que nos é criada não é a que mais nos agrada. Mais uma vez se prova que é fundamental as comunidades refletirem sobre a sua realidade, organizarem-se, discutirem os seus problemas e planearem o seu futuro, pressionando as autoridades – eleitas – a acompanharem os anseios objetivos e  legítimos da comunidade que servem. Tudo seria diferente se o anseio legítimo de ter o ensino secundário na Costa da Caparica tivesse já ganho a consistência de um plano concreto de viabilização.

Por outro lado, como se vê, as situações não são imutáveis, e se a presente situação não agrada, há que cometer esforços para projetar uma outra que sirva melhor. Não apenas expressando desejos, mas avançando na forma real de os realizar, identificando os custos, as vantagens, os recursos, e sem esquecer os objetivos, construindo a realidade de uma alternativa e, claro, lutar por ela.

Apesar desta realidade administrativa agora criada, nada impede a construção dessa alternativa que a Direção do AVECC defende. Porém, não vale a pena esperar que outros venham fazer esse plano. Isso não vai acontecer, aliás, como está à vista. Esse objetivo, esse projeto, tem de ser construído, antes de mais, pela comunidade educativa. Como se vê, tem todo o apoio da população e até, como se refere no abaixo assinado, da Junta de Freguesia. Mãos ao trabalho, pois! Comece-se a construir esse projeto e apresente-se ao Ministério. Quanto melhor, mais realista, mais sustentável for, e mais apoio tiver, maiores serão as suas hipóteses de se vir a concretizar. Quem não estaria pronto a apoiá-lo?

Notícias da Gandaia

Jornal da Associação Gandaia

3 thoughts on “Reunião sobre Agrupamento das Escolas

  • 4 de Fevereiro, 2013 at 17:11
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    Pois é Ricardo. Sabes bem do que falas e tudo o que disseste foi bem dito, o resto são interesses e muita politiquice, que para quem é Encarregado de Educação responsável e preocupado com o que realmente importa, a educação e o bem estar dos nossos educandos , tudo esse resto, não interessa nada. Parabéns pela forma clara com que apresentaste esta questão.

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  • 30 de Janeiro, 2013 at 21:42
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    Quando se fazem publicações desta natureza deve saber-se exactamente do que se esta a falar.
    Um jornalista nunca deve opinar sobre o que escreve, deve manter-se imparcial e principalmente deve abster-se da sua cor política que aqui estão bem claras.
    Quanto a uma proposta com a Trafaria essa até foi posta em cima da mesa, mas seria inviável por esta ser uma TAEIP, mas faria mais sentido em termos de localização geográfica. Como vê não sabe do que esta a falar.

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    • 31 de Janeiro, 2013 at 2:07
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      Nem eu sou jornalista, nem o Notícias da Gandaia é um jornal ou um orgão de comunicação social. Explicamos isso muito bem e pode ler se clicar aqui. Quanto à minha cor política, deve haver ainda mais uma confusão: não tenho. Adiante.
      Com tudo isto, ficámos sem saber o que aflige Ana. O que foi que suscitou esta reação tão violenta? Não quer explicar-nos para podermos discutir os assuntos que pelos vistos causam esta divergência? Seria muito mais construtivo.

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