A origem da Trafaria, por Paulo Ferreira
Ao que tudo indica, a origem da vila Trafaria remonta a um pequeno aglomerado de pescadores, sendo hoje aliás uma das actividades da população da Trafaria se bem que em número reduzido.
Desenvolvimento económico da Trafaria no séc. XIX
No decorrer do século XIX observou-se um maior desenvolvimento da localidade, com presença de algumas novas industrias, tais como, uma fábrica de dinamite, duas de conservas de peixe e outra de produção de guano de peixe. O que trouxe á vila da Trafaria mais população e o melhoramento dos modos de vida.
Burguesia na praia nos finais do século XIX
Nos finais do século XIX, a Trafaria começa a ser frequentada pela burguesia vinda da capital, que se instala durante o Verão para aproveitar da praia, que médicos e sábios descreviam como uma virtude para a saúde do corpo e da alma.Com tantas pessoas que começaram a frequentar esta terra devido á utilização balnear, desenvolveu-se um plano urbano da povoação, onde começaram a construir prédios destinados a alojar os veraneantes e até um casino para o seu divertimento.
O mais triste incidente na história da Trafaria
Em tempos quando a Trafaria ainda era uma pequena povoação de pescadores, aconteceu uma situação marcante. Marquês de Pombal mandou incendiar toda esta terra com o objectivo de aumentar os contingentes do exército nacional, tal facto ocorreu no dia 23 de Janeiro de 1777.
Constou então a Sebastião José de Carvalho e Melo que grande número dos refractários se escondia na Trafaria pelo que este mandou lançar fogo a aldeia a fim de os prender ou vitimar. O executor da terrível sentença foi Pina Manique que tinha por missão fazer ingressar nas fileiras militares todos aqueles que apanhassem.
A inauguração da primeira Colónia Balnear
No ano de 1901, a rainha D. Amélia, esposa do rei D. Carlos I, deslocou-se a Trafaria com objectivo de inaugurar a primeira colónia balnear que existiu em Portugal, tendo ela, impulsionado a economia da vila da Trafaria.
As distracções na Trafaria naquele tempo
Não se conhece, ao certo, o ano em que pela primeira vez apareceu o conjunto musical na Trafaria. Sabe-se, no entanto, que aquando da criação da Sociedade em 1900 já existia na localidade um “Sol e Dó”, que habitualmente alegrava as festas ou acompanhava cortejos fúnebres.
A ideia de criação de uma banda começou a germinar na cabeça de alguns trafarienses, após uma exibição, na localidade, da Banda da Sociedade
Filarmónico 1.º de Julho de 1890 (Fonte Santa), nos finais do século XIX.
Caracterização do Território
Localização de Trafaria em Portugal
38° 40′ 11″ N 09° 14′ 20″ O
País Portugal
Concelho Almada
– Tipo Junta de freguesia
Área
– Total 5,83 km2
População (2001)
– Total 5 946
– Densidade 1 019,9/km2
Gentílico: Trafarienses
Código postal 2825-___ Trafaria
Vida económica
Na Trafaria, as principais actividades económicas são os serviços, o comércio e a pesca. Na pesca destaca-se a apanha de amêijoa a partir das “chatas” com recurso a uma “gadanha” que é alada por intermédio dum “gingarelho”. Este tipo de pesca é o único meio de subsistência para muitos agregados familiares da região. Esta actividade, contudo é praticada por uma minoria de pessoas.
Feiras, festas e romarias
• Festas populares (12, 24 e 29 de Junho)
• Festa da vila (1 a 9 de Julho)
• Festa do peixe e do marisco (Julho)
• Festas de S. Pedro da Trafaria.
Património arquitectónico
• Coreto de Trafaria
• Monumento ao Padre Baltazar
• Monumento ao Militar
• Igreja Matriz de Trafaria
• Capela de Nossa Senhora da Conceição
• Igreja de São Pedro
• Capela de Murfacém, na localidade de Murfacém
• Gastronomia
O principal prato típico é a caldeirada de marisco.
Artesanato
• São produzidas miniaturas em madeira, trabalhos em conchas. Também se fazem pinturas de vitrais e cerâmica.
Artigo original em: http://pt.scribd.com/ppereira_473166