Alterações Climáticas

O nível da água do mar vai subir e há prédios em Almada que terão de ser relocalizados. Em resumo é isto que afirma Sérgio Barroso, um dos coordenadores do Plano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área Metropolitana de Lisboa recentemente assinado pelos autarcas da região.

Os números são crus: as alterações climáticas forçam 20 milhões de pessoas por ano a deixar as suas casas; a subida das águas até 2050 ameaça milhões e vai fazer desaparecer ainda mais cidades; toda a costa portuguesa vai ser afectada pelas alterações climáticas e pela subida do nível da água, mas o concelho de Almada será o caso mais grave se não forem implementadas medidas.

“Cascais, Oeiras, Sintra, Loures e Odivelas são municípios onde temos mais preocupação, mas o caso mais preocupante é o de Almada”, disse à Rádio Renascença Sérgio Barroso, a propósito da apresentação das conclusões do plano. De acordo com este especialista, a subida do nível das águas do mar é um dos pontos prioritários e avança de maneira que esta cidade da Margem Sul deverá enfrentar uma relocalização de algumas áreas edificadas. “A curto prazo o que mais me inquieta é a questão costeira, nomeadamente o caso de Almada. Temos até compromissos de retirada de algumas áreas edificadas que estão críticas, expostas ao risco de galgamento e inundação. Já está consagrado e inclusivamente o governo aprovou.”

O especialista lembra que já existem compromissos assumidos – no âmbito do programa especial da orla costeira Alcobaça-Cabo-Espichel – para a retirada de algumas áreas edificadas que estão em zona crítica, por haver risco de inundação. Este plano indica que as regiões do Tejo e do Sado correm o risco de ficar debaixo de água.

Ainda segundo a Rádio Renascença, Nuno Matias, vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Almada, explica que a autarquia já identificou as necessidades de realojamento de habitantes em zonas de risco. “Uma das coisas que a câmara tem vindo a desenvolver é, exactamente, a identificação das necessidades de realojamento reais de bairros que estão situados em zonas de risco”, esclarece. Já para Francisco Ferreira, da Zero, a preocupação deveria ser nacional, pois as alterações climáticas vão afectar toda a costa litoral portuguesa. “Esta questão é transversal a todo o território. Estamos a ver que as casas, as indústrias e a ocupação junto ao mar e nos estuários estão em risco e vai custar muitos milhões para conseguirmos retirar muita da ocupação que essas zonas têm actualmente ou para procurar minimizar esses efeitos”, afirma.

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Jornal da Associação Gandaia

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