Brecht em Almada
Está em cena até 11 de Novembro e será decerto difícil aos amantes de teatro perder a encenação de Peter Kleinert, para a Companhia de Teatro de Almada, no Teatro Municipal Joaquim Benite, de A Boa Alma de Sé-Chuão, com Rita Cabaço no principal papel.
A peça, escrita em 1942, no exílio norte-americano do dramaturgo alemão, parte de uma questão tão pertinente agora como então: É possível ser-se bom num mundo cruel? Ou “será que alguma vez se poderá satisfazer a ambição de ‘viver de forma decente’ ou ser uma ‘boa pessoa’?” Nesta sua parábola, Brecht envia três deuses à procura de uma boa pessoa num mundo mau. A jovem prostituta Chen Te oferece-lhes abrigo por uma noite sem esperar nada em troca, e os deuses acabam por dar-lhe dinheiro. E uma carga de trabalhos que a imaginação do encenador alemão, servido por um elenco de excepção (Rita Cabaço, prémio SPA de Interpretação, Beatriz Godinho, Érica Rodrigues, Inês Garrido, João Tempera, Miguel Raposo, Pedro Melo Alves e Tomás Alves), transforma num espectáculo feérico e emocionante ao som de rock duro completamente apropriado ao desenrolar da narrativa, para a qual também muito contribuem o cenário engenhoso de Céline Demars e o desenho de luz de Guilherme Frazão.
As sessões decorrem às quartas e domingos, às 16h00, e, entre quinta e sábado, às 21h00.