Concurso Suspenso na Transtejo
Alegados problemas de segurança no carregamento das embarcações que vão fazer as ligações fluviais de Lisboa com Cacilhas, Montijo e Seixal, invocados no pedido de impugnação judicial pelos Estaleiros Navais de Peniche, em Novembro, suspendeu a aquisição de 10 barcos eléctricos para a Transtejo.
O concurso para a compra de novas embarcações para o serviço fluvial foi ganho pela empresa espanhola Astilleros Gondán, que apresentou uma proposta de 52,44 milhões de euros, batendo assim os Estaleiros Navais de Peniche, que avançaram com uma proposta mais cara (56,89 milhões). Além da diferença de preços, as propostas divergiam relativamente às soluções de carregamento, pois enquanto a empresa espanhola propõe o carregamento manual dos barcos no fim de cada viagem, os Estaleiros de Peniche avançaram com um sistema de carregamento e de protecção automático fornecido por uma empresa norueguesa.
É neste pormenor que assenta o pedido de impugnação apresentado pelos Estaleiros Navais de Peniche. Para esta empresa o manuseamento de cabos rígidos e baterias pesadas pelo pessoal da Transtejo, por vezes em situações climatéricas adversas, é um risco potencial.
Fonte oficial da Transtejo, citada pelo “Diário de Notícias/Dinheiro Vivo” preferiu não comentar a questão, afirmando no entanto que “a solução apresentada na proposta vencedora, tal como a dos Estaleiros de Peniche, já está a ser usada há alguns anos nos países do Norte da Europa, pelo que não se conhecem quaisquer riscos nem para trabalhadores nem para passageiros.” Recorde-se que, segundo a Transtejo, “o investimento numa frota de navios ambientalmente sustentável, dotada de um sistema de propulsão 100 por cento eléctrico, com consumos energéticos inferiores às dos navios atuais e sem emissões de GEE (em 2019, o consumo de gasóleo foi de 5 248 741 litros correspondente à emissão de 13 122 toneladas de CO2) vai de encontro à estratégia nacional para a descarbonização.”