Confinamento assim, não, diz Ordem dos Médicos
Com os hospitais à beira, quando não já em ruptura, incluindo o Garcia de Orta, em Almada, e depois das imagens de milhares de pessoas a passear recolhidas pelas televisões durante o último fim-de-semana, a Ordem dos Médicos afirma, em carta enviada ao governo, que “meias medidas não servem”, pede confinamento geral efectivo e apresenta 10 propostas de acção, ou, como diz o bastonário, “um grito de alerta.”
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e o seu gabinete de crise para a Covid-19 propõem a adopção de um confinamento geral semelhante ao de Março e Abril de 2020, “com a maior brevidade possível.” Entre as propostas, a Ordem dos Médicos pede uma maior aposta nos testes rápidos “para tentar recuperar o tempo já perdido na quebra de cadeias de transmissão e reforçar a capacidade de resposta da saúde pública”, assim como a contratação de médicos para o Trace-Covid. Na carta, os médicos acrescentam que é fundamental “rever com urgência os protocolos e funcionamento da linha SNS 24” e “ouvir de forma regular as instituições legalmente competentes.”
Em declarações à TSF, Miguel Guimarães referiu que “as meias medidas nem servem a saúde nem a economia”, alertando que “é inaceitável dizer que está tudo bem, quando não está.” A Ordem dos Médicos lembra que mais de 25 milhões de consultas presenciais, cirurgias e exames complementares de diagnóstico e terapêutica já “ficaram pelo caminho e continuam a ficar”, pelo que é urgente “proteger os doentes, os profissionais de saúde, toda a população portuguesa” e absolutamente necessário “esmagar a transmissão na comunidade.” No referido comunicado, a Ordem dos Médicos refere que este é “um grito de alerta para acordar e ajudar Portugal” e adianta que “ninguém pode continuar, por más decisões políticas, a tolerar a morte silenciosa de quem não consegue gritar.”
Para conhecer na íntegra a carta da Ordem dos Médicos siga este linque: https://www.tsf.pt/Galerias/PDF/2021/01/alertamedicos.pdf