Entrevistar os Maiores
Há aqui duas ideias, ou melhor, uma ideia e uma palavra.Nenhuma delas é nossa, mas podemos muito bem aproveitá-las e torná-las nossas. As boas ideias servem para isso mesmo, para serem adotadas e reproduzidas.
Comecemos pela mais simples: os maiores. Trata-se de uma coisa espanhola. Pode não vir bom vento nem bom casamento, mas isto de chamar maiores aos idosos, aos seniores é uma excelente ideia e ainda melhor prática. É realmente na camada mais antiga da população que fica depositada a memória, a identidade, a origem de muitas coisas. Bem sabemos que a idade também traz contratempos, como a teimosia, a irritabilidade, etc. Seria fácil dizer aqui que não há rosas sem espinhos, mas é muito mais do que isso.
Criar um espaço de compreensão e integração na comunidade para os seus maiores é um enorme bem por muitas e variadas razões, destacando-se a vantagem da integração da sua experiência. É bom recordar que os tempos que estamos a viver são completamente diferentes de tudo o que a humanidade tem vivenciado anteriormente, pelo que a experiência, a capacidade de convocar diversas situações e as suas soluções, é uma enorme mais valia.
Por outro lado, a integração na comunidade daqueles que têm disponibilidade constitui uma reserva de energia que pode fazer toda a diferença.
Este é o nosso caso para os maiores. Em vez de idosos, seniores e muito pior ainda, velhos. Maiores, os nossos maiores!
Agora,a segunda ideia que vem da Newsweek (clique aqui para ver o artigo) em que se defende a ideia de entrevistar as pessoas mais idosas perto de cada um de nós: entrevistar os maiores dos maiores.
O autor desse artigo, Zach Schonfeld, apresenta inúmeras razões, algumas das quais apontando diversos casos em que pessoas ainda vivas são testemunhas em pessoa de acontecimentos históricos. Há realmente pessoas que viram pessoalmente o regicídio, por exemplo, ou a tragédia do “Pensativo”, claro que imensas viram o 25 de Abril de 1974 e o Notícias da Gandaia está já a tentar coligir essas experiências.
Agora, lançamos esta nova iniciativa: Entrevistar os Maiores!
Nas famílias, na vizinhança, por uma ou outra razão, sabemos que alguém assistiu direta ou indiretamente a diversos acontecimentos históricos. Ou, a sua vida, ela própria, constitui uma sequência de fatos que fogem das experiências comuns.
A verdade é que não faltam estes casos, de pessoas que desbravaram continentes, que viveram em inúmeros países…
Ora o desafio é muito, muito simples: façam uma entrevista, com a correta identificação da pessoa, como o nome e a idade, e registam o seu percurso de vida. Tiram duas ou três fotos e já está!
Parece simples e é. Porém, desta forma oferece-se um grande bem à comunidade: por um lado partilha-se esta experiência rica e variada de vida a todos os leitores do Notícias da Gandaia (esse grande órgão de informação), não só os leitores de agora, como os do futuro, pois estes textos podem sempre ser visitados e partilhados.
Essa permanência temporal é outra dimensão importantíssima, é que a experiência dessa pessoa, para além de ser partilhada por toda a comunidade – e não só por aqueles mais próximos que a conhecem pessoalmente – também a colocam disponível ao longo do tempo. É a imortalidade a que podemos aspirar por enquanto.
Finalmente, outra dimensão importante, é que graças a esta disponibilização, estes maiores obtêm uma gratificação social que não seria possível no anonimato. Toda a comunidade reconhece este mérito. Esta dimensão é muito importante não só para a pessoa em causa, mas também para a comunidade. Desta forma são venerados os valores que a comunidade tem como positivos. São, portanto, relevados não só os maiores mas também os próprios valores implícitos.
Não é isso que as comunidades hoje mais necessitam?
Pois então, nada de hesitações! Vamos lá pensar nos maiores que conhecemos, direta ou indiretamente e pensar em entrevistá-los, com duas ou três fotos. Não será este um excelente projeto de verão?
Só para fundamentar com um exemplo, e para que não se fique a pensar que estas coisas só acontecem na América (ou em hollywood), a foto que publicamos, de sobreviventes do Titanic, vem de um artigo sobre os quatro portugueses que faleceram nesse naufrágio. Uma história contada pela neta de uma das vítimas e que vale a pensa ler. Clique aqui para compreender o que se perdia se esta história não fosse contada…