Gandaia cria Comissão para Hortas Comunitárias
Na última reunião aberta da Gandaia, realizada na passada quinta, dia 22, foi criada uma Comissão para a Criação de Hortas Comunitárias.
Na reunião foram debatidos vários aspetos que determinaram esta iniciativa, tendo o debate percorrido temas como as mudanças profundas que se avizinham e que implicam uma diferente forma de encarar o consumo e a necessidade imperiosa de introduzir a sustentabilidade como objetivo essencial, mas também abordado a preocupação crescente com a situação económica de muitos membros da nossa comunidade, havendo já muitas situações de apoio alimentar. Jorge Esteves, amigo e colaborador, e António Fonseca, membro da Gandaia, trocaram diversas informações sobre Permacultura, acompanhados por António Tomás, igualmente interessado no tema.
A Comissão irá desenvolver esforços junto da Câmara Municipal para a concretização deste projeto, para o qual existe consenso e até terreno destinado para o efeito pela edilidade.
As hortas comunitárias destinam-se como recurso a quem não dispõe de meios para satisfazer as suas necessidades através do comércio. Existem pessoas pessoas a passar fome na freguesia da Costa, que não têm meios para comprar nenhuns alimentos e é com vista a aliviar o seu sofrimento que se dirige este projecto de solidariedade e não a fomentar o comércio tradicional. Numa altura de profundas mudanças sociais a urgência é ajudar quem está a passar fome.
Os estigmas sõciais surgem como reflexo de uma crise social.Com a agravante de se perpetuarem no tempo.As hortas comunitárias divergem das hortas sociais tendo objectivos diferentes.A forma pontual como se olha para a Costa da Caparica conduzio a erros dificeis de corregir no ambito da ecologia da freguesia.O problema da fome da freguesia nada tem a haver com falta de terra para produzir, antes sim, com a redestribuição da riqueza produzida.As hortas comunitarias devem de ser uma realidade, nunca num momento, nem na forma de colmatar crises.Aliar eternamente a pobreza a agricultura é de certa forma desprestigiante para o trabalhador agricula.
Quanto às hortas comunitárias não vou pronunciar-me mais, tem factores positivos e negativos na economia. Por exemplo é necessário investimento para comprar sementes, adubos… por aí e os resultados não são imediatos. Agora acho que para ajudar a resolver
o problema das pessoas em dificuldades, ainda por cima sendo uma necessidade urgente, acho que seria muito mais benéfico para todos se fossem aproveitados os desperdicios dos restaurantes que em vez de irem para o lixo daria para ajudar muitas familias. Mesmo a agricultura gera desperdicios que podem ser aproveitados. Os meus pais sempre ajudaram pessoas que lhes pedem produtos, não vejo porque não outros produtores fazerem o mesmo.
Como Caparicano e filho de agricultores deste terra vejo esta iniciativa com maus olhos, pois deviam era prover os produtos e produtores desta localidade em vez de os ajudarem a destruir mais um pouco. Claro que sou sensível às necessidades das pessoas em tempos de crise, mas vão colocar muito mais nesta situação. Vão fazer um estudo do preço dos produtos no produtor e outro no mercado da costa por exemplo. As diferenças são abismais. E já agora podem tentar perceber porque nao abrem vagas mercado para novos produtores. Aquilo ainda funciona por feudo, passa de geração em geração e está entregue às mesmas famílias há dezenas e dezenas de anos. As hortas comunitárias nao são solução para tudo pois destroem os pequenos agricultores. E vão ajudar os grandes produtores e grandes superfícies pois beneficiam com essa extinção e os preços vão continuar a aumentar. Os pequenos produtores fazem preços mais acessíveis, esses deviam ter um verdadeiro mercado para escoar os seus produtos a preços razoáveis que os sustentem a eles e os consumidores nao paguem verdadeiros balurdios por hortaliças que são baratas no produtor.
Excelentes propostas. Não quer elaborar um pouco mais a sua proposta de organização dos pequenos produtores de forma a se poder apresentar às autoridades competentes uma proposta concreta? Todos teríamos a ganhar! Quanto às hortas comunitárias, elas não se destinam a intervir no mercado, trata-se de produção de sobrevivência ou mesmo de lazer.
E porque não ter uma feira regular para venda de produtos agricolas?
Acontece em muitas zonas do nosso país e servem para os produtores locais venderem os seus produtos sem os custos dos intermediários que levam a maior fatia.