Gandaia Junta-se a Vigília
“Estamos à frente da presidência da Câmara de Almada porque a nossa intenção não é sensibilizar pessoas. Viemos para o sítio onde se tomam as decisões relativas às políticas públicas”, disse à Lusa o ator Henrique Frazão, organizador da vigília que, no concelho, juntou na quinta-feira artistas almadenses ao movimento nacional de protesto, repetido em 15 cidades, contra a inacção do Ministério da Cultura.
Para o ator este movimento tem por objectivo a tomada de “decisões estruturais”, porque a precariedade que se vive neste setor “não permite a sobrevivência apenas com remendos. A precariedade dos artistas e da cultura em geral no nosso país é evidente e sempre se foi agudizando. Não é uma questão pontual, é uma questão estrutural e este vírus meteu a nu precisamente essas lacunas de apoio, tanto ao nível das autarquias, como da estratégia pública que existe”, referiu, citado pela agência Lusa.
Na vigília organizada frente à presidência da Câmara, esteve também presente, em representação da associação Gandaia, o membro da sua direcção, Jorge Manuel Torres, que criticou a Câmara de Almada por “não fazer nada pela cultura nestes tempos. Há uma ausência da câmara, que não responde e parece que desapareceu. Ainda ontem (quarta-feira) houve uma reunião de 25 associações e todos estamos na mesma situação: a câmara não responde”, lamentou.
Para o dirigente da Gandaia, citado pela agência Lusa, há vários espectáculos que este ano que a autarquia não vai poder realizar, poupando “centenas de milhares de euros”, mas até agora não existe qualquer apoio para as associações culturais”, apesar de, em 7 de Maio, o executivo camarário ter assegurado a manutenção de todos os contratos, protocolos e apoios de âmbito cultural, desportivo e familiar, no valor de 800 mil euros. Concluindo que o município faz “afirmações públicas, mas depois não acontece nada. É por causa disso que estou aqui. Não estamos à espera de mais, esperamos é tão simplesmente o que sempre aconteceu.”