Perdas de Areia
O jornal Público, como muitos dos média, publicaram uma nota da Lusa sobre as perdas de areia das nossas praias e a consequente reação da APA (Agência Portuguesa do Ambiente) que desdramatizou o problema.
Tanto quanto o Notícias da Gandaia conseguiu apurar, as perdas de areia – e as reposições – irão fazer parte da nossa vida, até porque já o fazem.
Carregar o sistema com areia deverá ser a nossa defesa e a medida mais ambientalmente amigável.
Abaixo transcrevemos o trabalho do Público (clique aqui para ver o original). Porém, poderá também consultar um outro artigo, este do geólogo , também no Público, que apresenta uma outra opinião, a de migração das praias para o interior (clique aqui para ver o original). Uma coisa é clara e certa: vamos ter de continuar a lutar para ter mais areia…
“As perdas de areia que se verificaram após a alimentação artificial das praias da Caparica “são baixas e estão dentro dos valores expectáveis”, disse nesta terça-feira à Lusa a vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Manuela Matos.
“Estamos a fazer um acompanhamento da evolução das praias após a alimentação artificial. A semana passada fizemos uma monitorização da areia emersa das praias, comparando com o levantamento que tinha sido feito no final da alimentação artificial. Existem perdas mas são situações habituais neste tipo de intervenção”, explicou.
“Nos próximos dias, dependendo das condições de mar, vamos monitorizar também parte da zona submersa”, acrescentou Manuela Matos, salientando que as praias da Costa da Caparica estão sujeitas a uma grande erosão, mas reiterando também a ideia de que as perdas de areia de algumas praias estão dentro dos valores que eram expectáveis.
Manuel Matos falava à Lusa pouco depois de ser conhecido o relatório da monitorização das praias da Caparica, efectuada na semana passada pela Faculdade de Ciências de Lisboa, para a Agência Portuguesa do Ambiente.
De acordo com o relatório a que a Agência Lusa teve acesso, “parte da areia perdida está a ser transferida para os fundos adjacentes, formando um banco submerso (…) que favorece a dissipação da energia da agitação marítima, fenómeno já observado após as intervenções de 2007, 2008 e 2009”.
“Em termos globais a areia não é perdida dado que se mantém no grande sistema de circulação sedimentar do estuário exterior do Tejo, contribuindo para a estabilidade global do mesmo”, acrescenta o documento.
O relatório refere também que, de acordo com a bibliografia existente sobre a matéria, as perdas iniciais ocorridas em praias alimentadas “varia entre os 10 e 20%”.
O estudo da faculdade de Ciências de Lisboa reconhece, no entanto, que as alterações ocorridas nos últimos dias – desaparecimento aparente de parte da areia colocada em diversas praias – resulta da “ocorrência de agitação marítima rodada a SW entre os dias 7 e 12 de Setembro [muito pouco frequente], a qual favorece o transporte de areia para norte, para fora da área de influência dos esporões”.
Referindo-se concretamente a algumas praias da Costa da Caparica, o relatório adianta que “na praia de São João da Caparica as perdas foram apenas da ordem dos 7%, sendo da ordem dos 10% nas praias de Santo António e do CDS e de 15% na praia Nova”.
“As situações onde as perdas foram maiores ocorreram na praia do Norte, cerca de 35%, que são valores da mesma ordem de grandeza dos verificados nas alimentações artificiais realizadas em 2007, 2008 e 2009″, acrescenta o documento.
O Ministério do Ambiente investiu este verão cerca de cinco milhões de euros na alimentação artificial de diversas praias da Costa da Caparica com um milhão de metros cúbicos de areia, distribuídos por 3,8 quilómetros, face à remoção de areias provocada pela agitação marítima no último inverno.”