Poesia no Sol
Quinta-feira, 16, é altura de começar o Sol da Caparica e de a Costa fervilhar de actividades durante quatro dias preenchidos por música, mas também por uma miríade de actividades suficientes para todos encontrarem o seu entretenimento. A poesia, por exemplo.
À secção do festival conhecida por Debaixo da Língua, ao longo de quatro anos local de encontro entre Rui Miguel Abreu e um “conjunto de músicos e intérpretes, gente da rádio, produtores e editores”, que incluiu pessoas “tão diversificadas como Capicua e Sérgio Godinho, Kalaf e Henrique Amaro, António Pinheiro da Silva e David Ferreira”, em conversas sobre o pensamento e a acção sobre a nossa língua, junta-se agora Alexandre Cortez, no Sol da Caparica, com três espectáculos de poesia e música, entre quarta e sábado, às 18 horas.
Para o Poetry Ensemble – parte da Lisbon Poetry Orchestra – aqui reunido (Alexandre Cortez, baixo, teclado, programações, direcção artística e coordenação do projecto; Filipe Valentim, teclado; Luís Bastos, clarinete, saxofone e guitarra acústica; Tiago Inuit, guitarra eléctrica, teclados e programações; mais, entre outros os declamadores Nuno Miguel Guedes, André Gago, Paula Cortes, Miguel Sopas e Sandra Celas), estes espectáculos, com a duração aproximada de 50 minutos e 10 a 12 poemas por sessão, são uma “celebração”. Pois num país que “não escolhe os seus poetas, como os poetas não escolhem o seu país”, e “mesmo que as palavras de cada um não sejam espelho das suas raízes, elas estão lá” como “uma voz deste país.” E, aqui, “parte-se da poesia e da voz de alguns dos vultos da poesia portuguesa do século XX para a construção de um espectáculo que usa a voz declamada” como “uma releitura dos poemas e das possibilidades de interpretação que as palavras nos oferecem.”