Tarzan: Memória de um herói da Caparica
Conheci pessoalmente o Tarzan. Desde que me lembro de mim na praia, estava lá a figura do Tarzan a “tomar conta” de todos nós.
O meu pai, logo de pequeno, ensinou-me a falar com o Tarzan todos os dias ao chegar à praia: “então Sr. Tarzan, como está isto hoje?” E ele explicava, mostrava o mar, apontava para ali ou acolá: “Hoje puxa, não arrisques e evita aquele agueiro ali, estás a ver?”
Com o tempo ganhámos confiança. Quer dizer, ganhou ele, que eu já a tinha toda nele, e além de ensinar e prevenir, já dava corda: “hoje parece bravo mas é só rebentação, passa as ondas e é mar chão”.
Vi-o repetidas vezes a saltar do seu posto – que variava de forma e posição – e correr pela multidão de banhistas para se atirar ao mar, pás, pás, pás, braçadas fortes e rápidas, já em cima do acontecimento quando a praia ainda começava a dar conta que algo tinha acontecido.
Era um tempo em que banhistas e pescadores conviviam e partilhavam a praia. Tempos em que a natureza e o seu fruir ainda tinha um papel central na vida das pessoas, ainda não era um “recurso”, ainda não era uma “mais valia”, ainda não era instrumental. Éramos todos nós.
Veja aqui uma página com a história e várias fotos de Tarzan.