Falando de Amor

AnaMarquesTentei perceber entre colegas e clientes do salão de cabeleireiro como definem o amor

Segundo a opinião de uma mulher de 62 anos casada há 40 anos com o primeiro homem por quem se sentiu atraída e soube que a intensidade e a forma de o sentir foi variando com o decorrer dos anos começando por uma forte atração física inexplicável felizmente correspondida e que nesta primeira fase teve a duração de alguns anos seguida de uma necessidade de entender a personalidade do outro e fazer os devidos ajustes

Com a chegada dos filhos que ambos desejaram acresceram responsabilidades e uma cumplicidade que os transformou num só abdicando a esposa de parte da sua personalidade em prol dos desejos do marido e bem-estar dos filhos

Com o decorrer dos anos o amor no princípio baseado na paixão tornou-se um sentimento em que predomina a vontade de cuidar com ternura de outro ser que se transformou numa extensão de si mesma apesar dos conflitos e arrufos próprios de quem convive diariamente ao longo de muitos anos

Esta é uma definição de como viver um amor longo que reparei predomina entre muitas mulheres desta faixa etária e que elas consideram ser a correta

Depois há as mulheres que muito novas por volta dos 15 ou 16 anos conheceram alguem que as atraio por um qualquer traço físico importante e que sendo educadas desde muito novas para o casamento e as lides caseiras e cansadas de viver em casa dos pais onde lhes era exigido um comportamento exemplar em que normalmente o pai era dono e senhor tanto da esposa como dos filhos tinham a convicção que casando conseguiam alguma independência saindo debaixo do jugo do pai só conseguindo com isso tornarem-se dependentes de um outro homem que as subjugava á sua vontade transformando o que fora somente uma simples atração e uma falsa ilusão de liberdade onde o amor nunca tomou parte e que por vergonha de ser tachada de mulher de mau porte ou medo de que se tivessem a

veleidade de abandonar o lar nunca mais teriam hipótese de voltar a casar foram ficando  dedicando-se totalmente ás necessidades dos filhos que iam nascendo engolindo o sonho e as ilusões numa resignação que a muitas tornou amargas e continuam há 50 anos ao lado de quem nunca conseguiram amar

Falei então com mulheres agora entre os 35 e 40 anos e descobri que se ama de maneira diferente o começo não varia muito há sempre em primeiro lugar uma forte atração física mas não impera a necessidade de casamento rápido havendo antes uma vontade de saber realmente a personalidade da pessoa que as atraio mostrando com muito a vontade a sua própria desejando saborear o tempo de auto reconhecimento saindo para cinema discotecas passeios tendo relações intimas antes de casr com toda a naturalidade e só partindo para o casamento com alguma certeza que  é aquele homem com querem partilhar o dia a dia e formar família mantendo-se o respeito para com a liberdade de cada um nas suas vertentes

Foi com algumas admiração que recolhi a opinião de uma jovem de 17 anos sobre o assunto que me disse que já tinha estado apaixonada pondera um dia distante casar e formar família mas que para já a prioridade é ter uma carreira que a posso tornar independente financeiramente não abdicando de namorar com alguém que lhes desperte o interesse não dando muito importância ao fato de esse não ser o primeiro sabendo que haverá alguns mais até encontrar em plena consciência a pessoa com quem então se unirá mesmo não sendo em casamento sem a preocupação do peso da palavra …..até que a morte nos separe.

Afinal e fando de amor o que é? a quem se dá? vale a pena? é necessário?

Sem amor não se vive dizia uma …amar é respirar o ar do outro dizia outra….amar é uma chatice e uma prisão dizia uma outra e outras agora já idosas e viuvas relembram com saudade o peso do corpo do marido no outro lado da cama de casal enquanto outras respiram de alivio e se entregam ás saidas com amigas e a saborear a solidão de quem é finalmente livre para viver os ultimos anos da sua vida fazendo o que sempre desejou e era impedida

O amor existe em variadas formas e transforma um semblante nublado numa face iluminada quando é correspondido e ambos se sentem como parte do outro a obrigação mata os sonhos e anula personalidades a forma de sentir o amor mudou com os tempos e hoje para mim que muitas opiniões ouvi quando a palavra é pronunciada é muito mais sincera e em liberdade

accleme

Designer Gráfico

One thought on “Falando de Amor

  • 17 de Setembro, 2014 at 11:35
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    Gostei imenso do texto. Boa iniciativa.

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