Comparar Resultados Eleitorais
Resultados Eleitorais 2016, 2019 e 2021
O objecto deste trabalho debruça-se sobre os resultados eleitorais nas 25 freguesias dos seis concelhos situados no Arco Ribeirinho Sul, a saber, Almada, Seixal, Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete e pretende, a uma escala localizada, entender quais as dinâmicas eleitorais entre os candidatos presidenciais (2016 e 2021) e os partidos concorrentes as eleções legislativas de 2019. Para tanto recorre-se a uma ferramenta estatística, a correlação, na averiguação dos comportamentos eleitorais nestes três atos eleitorais. Há pois sérias limitações na extrapolação dos resultados obtidos neste espaço para outros contextos mais amplos.
Para a melhor utilização do quadro que apresentamos, começo pela descrição dos gráficos sobre os quais é possivel executar algumas escolhas. O objectivo de cada escolha é determinar em que medida nestas freguesias as votações num determinado candidato ou partido (mapa superior) obedecem a um padrão semelhante, indiferente ou oposto, ao padrão das votações da segunda escolha(mapa inferior). A determinação da similitude, indiferença ou oposição dos padrões de votação de cada uma das escolhas é visível no quadro da direita e no valor que a correlação apresenta e conforme à respetiva legenda. Em linhas gerais uma inclinação ascendente da reta do quadro da direita denota um padrão de semelhança, uma inclinação descendente da referida reta indica uma oposição e uma reta horizontal espelha indiferença.
Dentro de cada mapa é sempre possível escolher qualquer candidato ou partido, sendo até mesmo possível escolher o mesmo candidato no mesmo acto eleitoral nos dois quadros, o que resulta num gráfico com uma inclinação a 45 graus com a uma correlação máxima, igual a um, e sem qualquer valor informativo porque totalmente óbvia. Sublinho ainda que devido a forma de construção desta visualização é sempre necessário proceder, para além do candidato ou partido, à escolha do ano da eleição já que há situções onde o mesmo candidato/categoria apararece em duas ou mais eleições (por exemplo Marcelo Rebelo de Sousa, a abstenção, os votos brancos e nulos, entre outros).
De ainda referir que este tipo de análises eleitorais é utilizado em conjunto com outras variáveis socio-económicas e que permitem identificar quais os factores que contribuem para as decisões dos eleitores e desta forma enterder a política um pouco melhor. Tal não é muito facilitado em Portugal onde o sistema estatístico público, o INE, é muito deficiente na divulgação de informação estatística, de tal forma que foi necessário o aparecimento duma iniciativa privada, a Pordata, para colmatar a situação. Particularmente agora, na iminência de Portugal receber a “bazuca” financeira da EU, onde a transparência na sua aplicação vai ser tão importante.
Finalmente é importante referir as propriedades e as limitação que o uso da correlação envolve. Por um lado a correlação não permite estabelecer nexos causais entre variáveis: não é licito por exemplo afirmar que dada uma elevada correlação entre as variáveis A e B, a variável A influência a variável B ou o inverso. Pode mesmo acontecer que duas variáveis estejam correlacionadas porque existe uma terceira variável desconhecida que as pode influenciar a ambas. Para mais informação sobre a utilização do coeficiente de correlação nas Ciências Sociais podem consultar-se os seguintes links:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/politicahoje/article/viewFile/3852/3156
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/mi1/t1EstudosCorrelacionais.pdf
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