Trabalhadores Contra Presidente
Eram uns 300, os trabalhadores da Câmara Municipal de Almada que se reuniram a semana passada em plenário para mostrar o seu descontentamento com as condições laborais na autarquia.
Para o dirigente sindical Aníbal Moreira, existe um grande descontentamento, porque a instituição, diz, “em vez de dar, está a tirar.” Entre os pontos em discussão nesta reunião, um saltava à vista: “a decisão de não pagamento dos subsídios de férias aos trabalhadores sem aviso prévio”. Antes, o sindicato denunciara já que a autarquia não informara “atempadamente” que o subsídio de férias passaria a ser pago, a todos os funcionários, no mês de Junho. O que foi uma “surpresa desagradável” para quem já tinha marcado dias de descanso nos primeiros meses do ano e estava a contar com o montante. Acusação a que a autarquia responde, afirmando estar a reger-se pela Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, em que “o subsídio de férias tem de ser pago em Junho, excepto quando o trabalhador adquire o direito a férias em momento posterior.”
Outro dos temas “alvo de grandes críticas”, segundo Aníbal Moreira, foi o pagamento dos salários, que não tem sido feito em dia certo, “complicando a vida dos trabalhadores. Tenho 29 anos de câmara e sempre foi pago o vencimento em dia e hora certa, mas agora não e isso causa grandes transtornos aos trabalhadores. Antigamente às 00:00 do dia 25 tínhamos o vencimento, mas agora não”, relatou, acrescentando que, devido a esta alteração, há uma trabalhadora que “quase todos os meses paga 13 euros de juros no pagamento do carro porque o dinheiro não está disponível quando devia estar.” A isto, segundo aquela fonte sindical, junta-se “o problema do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP)”, pois o município “não cumpre prazos”.
No capítulo da acção, para já, o sindicato vai “solicitar uma reunião” com a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, para que seja revogado o fim da antecipação do subsídio de férias e para que o pagamento dos salários retorne ao procedimento anterior. Afirmando ainda ir “mobilizar os trabalhadores em função das respostas” obtidas do município. “Caso estas situações não sejam resolvidas, vamos mobilizar os trabalhadores para os Paços do Concelho e fazer uma manifestação, que estamos a apontar já para o início de Fevereiro”, avançou Aníbal Moreira.