A Barca de S. Pedro

O blogue Mar de Caparica publicou um novo artigo com interesse para todos os que se interessam pela nossa região. Desta vez é sobre “A BArca de S. Pedro”, uma barca construida à imagem dos nossos “meia-lua” e que tem desempenhado um papel icónico, seja na Igreja onde está instalada, seja nas diversas procissões, nomeadamente a antiga peregrinação ao Cabo Espichel integrada no nosso Círio.

Pode ler o arigo no original clicando aqui.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A Barca de S. Pedro

As festas da Costa de Caparica com sua solenidade de Igreja, da padroeira Nossa Senhora do Rosário, com a sua procissão de nove andores, entre os quais a famosa Barca de S. Pedro (na gravura dêste bilhete) com a volta pela praia, a benção do mar, o espectáculo maravilhoso de uma costa com sete léguas, a contemplação do Oceano, as filarmónicas da terra e dos arredores, os festejos nocturnos e urna assistência de 30.000 pessoas, vindas de todos os arredores são dos motivos mais belos do feitio popular e tradicional português.

Costa da Caparica, a famosa Barca de S. Pedro na procissão das Festas de Nossa Senhora do Rosario.
Imagem: Delcampe – Bosspostcard

As festas na praia da Costa de Caparica com seu carácter religioso, o scenário curiosissirno dos festeiros, numa terra de pescadores, com hábitos primitivos e inconfundível aspecto são das mais pitorescas do termo de Lisboa e das mais interessantes do pais.

Costa da Caparica, o andor com a Barca de S. Pedro.
Imagem: Delcampe – Bosspostcard

A Costa de Caparica, cuja população data de há pouco mais de dois séculos, tem a sua otígem étnica de pescadores de Ilhavo (norte de Portugal) e do Algarve (o sul), sendo constituída por elementos do melhor sangue e índole portuguesa, gente sóbria, trabalhadora, resignada, honesta, que faz da pesca o seu ganha pão.

Costa da Caparica, procissão em 1929.
Imagem: Delcampe – Bosspostcard
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ACONTECEO, que derribando se as multidoens sobre elle, por ouvirem a palavra de Deos, estava elle junto ao lago de Genezaret.
2 E vio estar dous barcos junto á praia do lago : e havendo os pescadores descido delles, estavão lavando as redes.
3 E entrando em hum daquelles barcos, que era o de Simão, pedio-lhe que o desviasse hum pouco de terra : e assentando-se, ensinava a multidão desde o barco.

Costa da Caparica, a Barca de S Pedro.
Imagem: Paróquia da Costa da Caparica

4 E como deixou de falar, disse a Simão : Leva em alto mar, e lançai vossas redes para pescar.
5 E respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada tomámos ; mas era tua palavra lançarei a rede.
6 E fazendo-o assim, colherão grande multidão de peixes, e sua rede se rompia.
7 E capearão aos companheiros, que estaváo no outro barco, que viessem ajudar. E vierâo, e encherão ambos os barcos, de tal modo, que quasi ião a pique.

Costa da Caparica, Procissão da Senhora do Rosário, Revista Ilustração, 1937.

8 E vendo Simão Pedro isto, derribou-se aos pés de Jesus, dizendo : Sahe de mim, Senhor, que sou homem peccador.
9 Porque espanto o tinha tomado, e a todos os que com elle estavão, pela preza dos peixes que tomarão.
10 E semelhantemente também a Jacobo e a João. filhos de Zebedeu, que erão companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão : nâo temas; desde agora tomarás homens.

A Barca de S. Pedro, em Lisboa, no Cortejo Histórico das festas do VIII Centenário da Tomada de Lisboa, 1947.
Imagem: Delcampe – Bosspostcard

11 E como levárão os barcos á terra, deixando tudo, o seguirão. (1)

(1) Lucas 5

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