A Vida Sob Covid 19

Sendo como sou, uma pessoa muito interessada no que se passa em meu redor, faço o possível para ler e ouvir especialistas conceituados em relação a tudo que diga respeito ao novo Vírus COVID 19,

Às lutas diárias que tomos temos de travar de modo a não sucumbirmos tanto é doença Per Si, como a toda uma rotina profundamente abalada e alterada perante esta ameaça invisível e altamente mortífera.

Percebi há muito que todos nós, de qualquer idade cor, credos,  convicções e  filosofias temos de entranhar que o dia a dia e toda a nossa forma de estar e ser como estamos habituados a fazer há décadas mudou repentinamente e drasticamente e ainda vai mudar mais e essa mudança não tem prazo para um final. Esta situação não pode ser encarada como uma experiência social, estilo Big Brother ou um outro formato qualquer de entretenimento televisivo para gáudio de muitas pessoas, sendo que nesse, e normalmente a troco de dinheiro e fama, se propõem a viver experiências contranatura,

Este Vírus chegou bem armado, quase sem falhas, quase perfeito para destruir um mundo que até e afinal, muitos sabem agora,  era tudo menos perfeito .

Não vale a pena neste momento questionarmo-nos, tecermos teorias da conspiração, supormos coisas e loisas, crer em toda a contra informação, darmos ouvidos a tudo e a todos, só nos confunde numa altura em que necessitamos de todas as nossas forças físicas e mentais para o enfrentar , o resto virá depois no rescaldo desta hecatombe que sobre o ser humano se abateu.

Onde temos de nos focar e a forma como vamos sobreviver, não só ao Vírus mas a tantos aspetos da nossa vida que demos com dados adquiridos e vou sou exemplificar alguns…falta de emprego, sem abrigo, lares, infantários, escolas, redes de transportes e tudo mas tudo o que se possam lembrar é nada, agora.

Agora é hora de fazer o que nos é sistematicamente  pedido, lavar as mãos frequentemente e durante pelo menos 40 segundos, tapar a boca, não beijar, nem dar apertos de mão, não unir o nosso corpo ao desconhecido seja quem for, não tocar em superfícies externas, etc.,e se pouco mais é pedido, é porque pouco mais se sabe de forma a conter este bicho microscópio e mortífero, por muito que nos doa a alma e coração, ao saudosos, necessitarmos de demonstrar o nosso amor e carinho a quem cá muito por dentro guardamos com devoção.

Brincando um bocadinho, já sabem que a partir de agora é obrigatório o uso de máscara, especialmente em locais onde sabemos haver um ajuntamento. Não gosto desta palavra…

Sendo que passa de uma necessidade, a uma nova peça de vestuário diário, será assim como sairmos de casa e esquecermo-nos de vestir cuecas , temos de interiorizar que é mesmo uma nova peça a usar diariamente e estou mesmo a ver, não tarda, teremos desfiles de moda, nem que sejam virtuais, em que a máscara terá o grande lugar de destaque e,  como a imaginação humana não tem limites,  imaginem só o que por aí vem, assim rapidamente sem pensar muito, vejo já na passerelle máscaras de Patchwork, com missangas,  laços,  lacinhos,  corações coraçõezinhos, de cristais, de diamantes, pedras preciosas, decoupage, de seda, de caxemira, de  veludo, mais compridas, mais curtas com curvas, retas,  aos quadrados, às bolinhas e por aí fora,  dependendo do poder de compra e da vaidade de cada um e sempre a condizer com a fatiota.

A partir de hoje… já devia ter até começado… todos temos de perceber que discotecas, festas de aniversário, cinema, praia, campismo, festa de Natal, Ano Novo, Santos Populares, concertos de música ao vivo, teatro e um sem número de eventos que requeiram uma presença massiva de  seres humanos e pelo menos até à Primavera do ano 2021 serão efetuadas em moldes totalmente diferentes  do que foram durante toda a nossa vida.

Existe uma outra questão que me veio à cabeça e que ainda não ouvi ninguém a levantar e a alertar…. Os jovens e a sua impaciência, a sua inexperiência, a sua ingenuidade, a sua exaltação pela vida, viver a mil à hora sem pensar nas consequências, a paixão, o amor, o namoro as desilusões e ilusões, como se vai fazer e como vão os jovens reagir, perante o impedimento de beijar, abraçar, ter relações mais intimas com um outro por quem de repente nutrem uma atracão intensa, começam de novo a ir para as escolas a sair e conviver, como mas como eles farão para esperar que haja uma vacina que lhes permita ter a liberdade de outrora? Preocupa-me muito esta questão, fui jovem e um pouco rebelde sei como se sentem e como são avessos a conselhos e a segui-los quando o sangue lhes corre furioso nas veias, sendo que esta questão não vai ser só dos jovens. Muitos adultos neste tempo que medeia entre o passado e este novo futuro, ainda que seja só de 1 ano, vão conhecer alguém por quem nutriram um outro afeto mais próximo mais íntimo e que a priori lhes está vedado partilhar sob pena de ser infetado com este malfadado Vírus.

Gostamos desta nova situação? Claro que não, é como gostar de ser quem nunca se foi.

Se vai ser fácil? Claro que não, não fomos formatados para viver uns sem os outros, para nos retrairmos sempre que a alma se expande e o coração alarga,

Seremos felizes vivendo desta forma? Não na totalidade, não da forma a que nos habituámos

Sem seremos livres e senhores de nós mesmo, não existe a felicidade na sua plenitude

Mas essa felicidade vai passar a ser conquistada, diariamente, quando e sempre em plena consciência, tivermos a perceção de que estamos a fazer o melhor por nós e por todos os outros,  entes queridos, incluso… e, mais tarde ou mais cedo, acordamos deste pesadelo, vivos e mais sábios, mais conscientes do quanto a nossa vida é frágil e precisa de ser resguardada, de quanto vale realmente, um ombro forte para nos apoiarmos em tempos de solidão e tristeza.

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